Palácio do Planalto emite nota referindo que revista Veja vai fracassar: será ?
Por Claudio Tognolli | Claudio Tognolli – sáb, 22 de nov de 2014
Reproduzo a nota do governo emitida neste sábado. Façam suas apostas…
NOTA À IMPRENSA
A reportagem de capa da revista Veja de hoje é mais um episódio de manipulação jornalística que marca a publicação nos últimos anos.
Depois de tentar interferir no resultado das
eleições presidenciais, numa operação condenada pela Justiça eleitoral,
Veja tenta enganar seus leitores ao insinuar que, em 2009, já se sabia
dos desvios praticados pelo senhor Paulo Roberto Costa, diretor da
Petrobras demitido em março de 2012 pelo governo da presidenta Dilma.
As práticas ilegais do senhor Paulo Roberto Costa só
vieram a público em 2014, graças às investigações conduzidas pela
Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Aos fatos:
Em 6 de novembro de 2014, Veja procurou a
Secretaria de Imprensa da Presidência da República informando que iria
publicar notícia, “baseada em provas factuais”, de que a então
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, recebeu mensagem
eletrônica do senhor Paulo Roberto Costa, então diretor da Petrobras,
sobre irregularidades detectadas em 2009 pelo Tribunal de Contas da
União nas obras da refinaria Abreu e Lima. O repórter indagava que
medidas e providências foram adotadas diante do acórdão do TCU. A
revista não enviou cópia do e-mail.
No dia 7 de novembro, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República encaminhou a seguinte nota para a revista:
“Em 2009, a Casa Civil era responsável pela
coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Assim,
relatórios e acórdãos do TCU relativos às obras deste programa eram
sistematicamente enviados pelo próprio tribunal para conhecimento da
Casa Civil.
Após receber do Congresso Nacional (em agosto de
2009), do TCU (em 29 de setembro de 2009) e da Petrobras (em 29 de
setembro de 2009), as informações sobre eventuais problemas nas obras da
refinaria Abreu e Lima, a Casa Civil tomou as seguintes medidas:
a. Encaminhamento da matéria à Controladoria Geral da União, em setembro de 2009, para as providências cabíveis;
b. Determinação para que o grupo de
acompanhamento do PAC procedesse ao exame do relatório, em conjunto com o
Ministério de Minas e Energia e a Petrobras;
c. Participação em reunião de trabalho entre
representantes do TCU, Comissão Mista de Orçamento, Petrobras e MME,
após a inclusão da determinação de suspensão das obras da refinaria
Abreu e Lima no Orçamento de 2010, aprovado pelo Congresso.
Nesta reunião, realizada em 20 de janeiro de
2010, “houve consenso sobre a viabilidade da regularização das
pendências identificadas pelo TCU” nas obras da refinaria Abreu e Lima
(conforme razões de veto de 26 de janeiro de 2009). Foi decidido,
também, o acompanhamento da solução destas pendências, por meio de
reuniões regulares entre o MME, o TCU e a Petrobras.
A partir daí, o Presidente da República decidiu pelo veto da proposta de paralisação da obra, com base nos seguintes elementos:
1) a avaliação de que as pendências levantados pelo TCU seriam regularizáveis;
2) as informações prestadas em nota técnica do MME que evidencia os prejuízos decorrentes da paralisação; e
3) o pedido formal de veto por parte do então Governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Este veto foi apreciado pelo Congresso Nacional, sendo mantido.
A partir de 2011, o Congresso Nacional,
reconhecendo os avanços no trabalho conjunto entre MME, Petrobras e TCU,
não incluiu as obras da refinaria Abreu e Lima no conjunto daquelas que
deveriam ser paralisadas.
E a partir de 2013, tendo em vista as
providências tomadas pela Petrobras, o TCU modificou o seu
posicionamento sobre a necessidade de paralisação das obras da refinaria
Abreu e Lima”.
A inconsistência da reportagem de Veja é
evidente. As pendências apontadas pelo TCU nas obras da refinaria Abreu e
Lima já haviam sido comunicadas, em agosto, à Casa Civil pelo Congresso
e foram repassadas ao órgão competente, a CGU.
Como fica evidente na nota, representantes do
TCU, Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Petrobras e do Ministério
de Minas e Energia discutiram a solução das pendências e,
posteriormente, o Congresso Nacional concordou com o prosseguimento das
obras na refinaria.
Mais uma vez, Veja desinforma seus leitores e tenta manipular a realidade dos fatos. Mais uma vez, irá fracassar.
SECRETARIA DE IMPRENSA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
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Claudio Tognolli

Claudio Julio Tognolli é jornalista há 35 anos e já passou por “Veja”,
“Jornal da Tarde”, “Caros Amigos”, “Joyce Pascowitch”, “Rolling Stone”,
“Galileu”, “Consultor Jurídico”, rádios CBN, Eldorado e Jovem Pan e
“Folha de S. Paulo”. Ganhou prêmios de jornalismo e literatura como Esso
e Jabuti. É diretor-fundador da Abraji (Associação Brasileira de
Jornalismo Investigativo) e membro do ICIJ (International Consortium of
Investigative Journalism). Professor da ECA-USP, escreveu 12 livros.
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